segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

peixe-cachorro-escorpião



(subverta mente minha
comerciais de tv
onde teu ser não se vê.)

pois então
na emulação da Redenção
um estranho minizoo
com aquários
de insetos gigantescos
e o peixe-escorpião
(fui correndo chamar meu irmão -
mas o peixe não morreu
como o texugo do sonho de infância.)
o tamanho do gafanhoto
a deselegância da barata
é confortador
ver insetos gigantes sem asas

mas então
num vai e vem e gente de gente querida
buscando isso aqui aquilo acolá
pra matar a sede
virou cachorro
o peixe-escorpião
tímido e brincalhão
entre os pilares do parque
ele vem correndo
sorriso de cachorro na cara
abanando a cauda rugosa
colada ao corpo vermelho

e foi então
o peixe-cachorro-escorpião
se mostrou Maracatu
sua cabeça o estandarte
sua cauda distribuindo círculos
(demorei um pouco a aprender.
as rodas você dá pro povo.
a cabeça do povo
é o centro do sol.
esse é nosso ritual.)
percorrendo corredores infindos

então ai então

(e teve gente querida
e vai-e-vém de novelos.
teve vontade de revê-los,
vocês todos
meus amigos
com poeira de estrela nos cabelos.)

.


pra Dadá e pra Pamela.

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